Como funciona o processo de transferência de uma empresa familiar?
A maior parte dos negócios mundiais são ocupados por empresas familiares. A abrangência dessa modalidade é tão grande que mesmo que uma empresa não seja familiar, seus fornecedores ou parceiros têm grande chance de ser. De modo que a sucessão é um processo importante para todos: clientes, funcionários, parceiros, famílias, governo.
E no entanto a Empresa Familiar é marcada historicamente por conflitos. Os conflitos familiares podem interferir na empresa e vice e versa. Sendo assim, a maior parte das empresas não sobrevive à transferência de comando da primeira para a segunda geração. A empresa é vendida ou entra em falência, etc. Os principais conflitos são entre irmãos e entre pais e filhos. Uma das bases do problema pode ser o fato de que a sociedade entre os irmãos é algo imposto e ainda uma relação diferente da relação familiar a que essas pessoas estavam acostumadas. Em outras palavras, um é acostumado a tratar o outro como irmão e não como sócio e ao mesmo tempo pode discordar do modo que o outro trabalha, gerando um conflito interno, pois não pode mudar a sociedade.
A sucessão deveria ser tratada como processo e não como evento, ou seja, ir preparando os herdeiros para a sucessão de modo organizado e sem pressa. A melhor maneira é fazer os acordos em vida do que de maneira abrupta em meio a um processo de luto. Algumas coisas que podem ajudar é investir não apenas em uma formação da gestão da empresa, mas também em uma formação societária que inclui a prática de uma comunicação fluida, transparente, apoio externo de um mediador.